Pela 31ª vez, a Expotchê movimentará a capital do país com a cultura, tradição e pujança do Rio Grande do Sul (RS). Por força das circunstâncias seria razoável cancelar ou adiar a edição 2024, mas o consenso, mais do que nunca, é de ser necessário seguir em frente. Assim, em meio a maior tragédia vivida pelo estado com enchentes devastadoras, o povo gaúcho dá demonstração do quanto é trabalhador, guerreiro e participativo. Diante de tamanha determinação dos parceiros riograndenses em aproveitar oportunidades de negócios e fazer a roda girar, não resta dúvida: a reconstrução do estado está em marcha. De 07 a 16 de junho, direto do Pavilhão do Parque da Cidade, vem aí uma inesquecível edição da Expotchê.

Realizada pela Rome Eventos, ininterruptamente, desde 1992, a Expotchê é sempre sucesso de público, e este ano a expectativa é de uma visitação ainda mais expressiva, considerando a solidariedade manifestada pelos brasileiros ao povo gaúcho nestes tempos desafiadores. Segundo Rômulo Mendonça, diretor-geral da Rome Eventos, são esperadas cerca de 150 mil pessoas em 10 dias.


Tem sido impressionante ver a energia que os nossos amigos gaúchos estão empregando na participação do evento. Da nossa parte, estamos focados em colaborar da melhor forma e somar esforços nesse período de retomada”, afirma. E para estimular ainda mais a presença do público, um dos atrativos da edição é a opção do ingresso solidário, que garante meia entrada mediante comprovação de doação a partir de R$ 5 reais ao pix oficial da campanha orientada pelo governo do RS.

Os estandes, distribuídos em 17 mil m², reunirão o melhor da produção do estado, englobando segmentos como agroindústria familiar, artesanato, turismo e comércio. Na ala destinada agroindústria familiar, que recebe apoio da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR) e Federação das Agroindústrias do RS (FETAG) para participar do evento, o público encontrará produtos como vinho, cachaça, mel, embutidos, queijos, doces, erva-mate, orgânicos, artesanato em lã, entre outros.

Serão cerca de 40 municípios representados na Expotchê, sendo 24 deles ligados à agroindústria: Nova Bassano, Soledade, Harmonia, Caibate, Santa Tereza, Poço das Antas, Venâncio Aires, Paraí, Bento Gonçalves, Bagé, Estrela, Varanópolis, Passo do Sobrado, Teutônia, Ilópolis, São Lourenço do Sul, Nova Roma do Sul, Três de Maio, Vera Cruz, Garibaldi, Colorado, Farroupilha, Dois Lajeado e Vista Gaúcha. “O Rio Grande do Sul consolidou a valorização da Agricultura Familiar e a agroindustrialização fortalece este conceito promovendo renda, fixação da família na propriedade e estimula a sucessão familiar na propriedade”, considera Ronaldo Santini, presidente da SDR.

Para uma melhor experiência de compras e lazer, a Expotchê conta com um layout e cenografia envolventes, que convidam o visitante a passar horas no local. Segmentam o espaço de grandes proporções, áreas temáticas como a Tchê Bier—com sua carreta de chopp—, Praça do ChocolatePraça do Vinho e, para tranquilidade dos pais e alegria dos pequenos, uma ampla brinquedoteca e uma fazendinha com animais de pequeno porte. A praça de alimentação é uma atração à parte, com bares e restaurantes servindo delícias da culinária gaúcha como churrasco, arroz de carreteiro, chuleta na brasa, choripan, além de crepes, pastéis, espetinhos, cervejas e chopp de vinho.

AÇÕES SOLIDÁRIAS

Um dos destaques da Expotchê será uma ilha de 126 m² cedida pela Rome Eventos para que cerca de 100 artesãos– 15 deles presentes ao evento— comercializem suas produções. O grande parceiro nessa ação é o Programa do Artesanato Brasileiro (PAB)/Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte (MEMP) do Governo Federal, que custeia a viagem, hospedagem, alimentação do grupo e presta o suporte necessário para que esses artistas participem da exposição. “Nesse momento delicado que vive o Rio Grande do Sul, é de extrema importância que os artesãos tenham onde escoar sua produção, gerando, além de renda, oportunidade de novos negócios”, defende Elizabete Bacelar, diretora do PAB.

Importante ativo do estado, o turismo do Rio Grande do Sul, mesmo que muitos roteiros não tenham sido atingidos, diretamente, sofre as consequências da tragédia. Por isso, o setor merecerá atenção especial. A Secretaria de Estado de Turismo do Distrito Federal (Setur-DF) se dispôs a atuar em benefício da Secretaria de Turismo do Rio Grande do Sul (Setur-RS), divulgando campanhas como “Não cancele, remarque”. Através da chamada “Abrace, sinta e viva o Rio Grande do Sul” lançada pelo RS, também serão divulgados roteiros comoo “Inverno nos Pampas”, “Caminho das Águas Termais” e “Vindima 2025”. 

A Expotchê ainda servirá de ponto de coleta para doações destinadas ao povo gaúcho. Em consulta à Secretaria de Defesa Civil do RS, ficou definido que, neste momento, são muito bem-vindas roupas íntimas novas e cestas básicas. Do Distrito Federal, o gabinete da primeira-dama Mayara Noronha disponibilizará pessoal para manuseio das doações e se encarregará também do transporte, caso necessário.

ATRAÇÕES CULTURAIS

Para um público diverso, uma programação eclética. Entre as atrações estão bandas e artistas gaúchos como Nenhum de Nós, Elton SaldanhaOverdriver DuoChimarruts e Gurias Gaúchas. De Brasília, estarão Bruno Z, acompanhado de músicos da cidade e do RS, e grupos musicais de gaúchos que residem no DF. E isso para ficar apenas na música…Na parte dos espetáculos estão o Grupo Tholl, de arte circense, e o Grupo Ana Terra, de projeção folclórica.Os Centros de Tradição Gaúcha (CTGs) são presença garantida, com suas performances vibrantes e trajes típicos, que convidam a plateia a viajar no tempo, pelos costumes, folclore e valores dos gaúchos.

Os artistas temiam reviver a insegurança da pandemia, quando as oportunidades de trabalho escassearam. Para eles, subir ao palco e mostrar sua cultura tem um significado ainda maior neste momento. É uma emoção muito grande que o público, certamente, vai sentir com a gente”, revela Leda Simone, diretora-executiva da Rome Eventos.

Em comemoração ao Bicentenário da Imigração Alemã (julho/2024), que começou no Brasil, justamente, pela cidade de São Leopoldo, no Rio Grande do Sul, o evento, em uma parceria com a Embaixada da Alemanha, receberá a exposição “Jornada para o Brasil: História das migrações de povos de língua alemã”. Desenvolvida pelo Prof. Dr. Martin N. Dreher, membro do Instituto Histórico de São Leopoldo, e pela escritora Erny Mügge, da editora Oikos, e realizada pelo Instituto Martius-Staden, a mostra traz fotos e registros históricos que abordam mais um importante capítulo na formação identitária do povo riograndense.